Vereador preso abusava de 'mulheres extremamente vulneráveis' em troca de cesta básica, diz delegada

  • 03/12/2025
(Foto: Reprodução)
Vereador Cássio Luiz Barbosa, o Cassio Fala Pira, de Piracicaba Rubens Cardia/ Câmara Municipal de Piracicaba Delegada da defesa da mulher de Piracicaba (SP), Olívia dos Santos Fonseca afirmou nesta quarta-feira (3), em entrevista exclusiva à EPTV, afiliada da TV Globo, que o vereador Cássio Luiz Barbosa, conhecido como Cássio Fala Pira (PL), tinha um modus operandi para a prática de crimes sexuais e que eles ocorriam desde 2015. O parlamentar está preso desde outubro e, nesta quarta, a prisão temporária foi convertida em preventiva. Além disso, é investigado, em outro inquérito, por suposta posse de material de abuso infantil. Ele nega as acusações. "O que nós temos são relatos de mulheres extremamente vulneráveis que foram envolvidas em situações de abusos e situações degradantes em troca, às vezes, de cesta básica, de qualquer ajuda. São todas mulheres vulneráveis e todas foram atrás dele para procurar ajuda", afirmou Olívia. A delegada explicou que a atuação da polícia está concluída e, agora, o caso segue para o Ministério Público e Justiça. No entanto, novas vítmas podem procurar a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade para fazer novas denúncias. 📲 Siga o g1 Piracicaba no Instagram "A Polícia Civil ouviu 25 mulheres - entre vítimas e testemunhas -, aproximadamente, aprendeu objetos, celulares, notebooks, juntamos laudos, juntamos prints de conversas. É um inquérito bem robusto. As acusações são verossímeis, elas são parecidas, porque o modus operandi do agressor era parecido, o que é muito comum nos casos de crimes sexuais", afirmou a chefe de polícia. Segundo ela, a Promotoria considerou que 12 mulheres sofreram importunações sexuais ou estupro. "Com relação às outras vítimas - porque eu disse que foram ouvidas 25 mulheres -, alguns casos foram arquivados, porque, na época que os fatos foram praticados, ainda não havia previsão legal da importunação sexual. É importante a gente dizer que as condutas começaram em 2015 e são investigadas até hoje. E a nossa lei de importunação sexual é de 2018", explicou a delegada. Apesar do arquivamento do caso delas, a chefe de polícia afirmou que seus relatos corroboram a versão de todas as mulheres que foram ouvidas no inquérito. Delegada Olívia dos Santos Fonseca, da DDM de Piracicaba Heitor Moreira/ EPTV Relembre o caso Cássio Fala Pira foi denunciado por 12 mulheres por supostos crimes sexuais até esta quarta-feira (5). Em um dos casos, mostrado com exclusividade pela EPTV, afiliada da TV Globo no dia 2 de outubro, a denunciante afirmou que os abusos aconteceram dentro do gabinete do vereador na Câmara Municipal, quando o acionou porque precisava de emprego. Ela relatou que o parlamentar teria tocado em partes íntimas do seu corpo e colocado as mãos dela à força nas partes íntimas dele. E que o abuso aconteceu depois que ela o acionou porque procurava um emprego. Em outro caso, também revelado pela EPTV, a denunciante disse que foi abusada duas vezes, em situações nas quais o vereador teria lhe oferecido cesta básica e um emprego. Uma terceira denunciante relatou à Polícia Civil que conhece Cássio devido a ações políticas dele em seu bairro e que o parlamentar, em diferentes vezes, fez comentários sexuais sobre seu corpo e, em um dos episódios, passou a mão em sua cintura e quadril. A Polícia Civil cumpriu quatro mandados: um de prisão, na casa do parlamentar, e outros três de busca e apreensão, em um escritório de Cássio localizado no bairro Vila Sônia e em seu gabinete na Câmara Municipal. Foram apreendidos computadores e celulares. Cássio foi levado à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba e ao Instituto Médico Legal para a realização de exames. O vereador ficou preso no 1º DP e, depois, foi transferido ao complexo prisional de Tremembé (SP). Segundo a Câmara Municipal de Piracicaba, a convocação do suplente - que é Fabrício Polezi - para substituir o vereador só ocorrerá se o parlamentar ficar fora do cargo por mais de 120 dias. Com a prisão temporária, Cássio pediu afastamento sem remuneração até 16 de dezembro e o pedido foi aprovado em plenário por 19 votos a 1. No entanto, no dia 13 de outubro, a Câmara publicou um ato da presidência que suspende a função pública do parlamentar. A medida cumpriu determinação judicial. Em comunicado, a Câmara declarou que acompanha de perto o "desenrolar dos acontecimentos" e todas as medidas administrativas e regimentais cabíveis serão tomadas. Em nota, o Diretório Municipal do Partido Liberal (PL) de Piracicaba reconheceu a gravidade das denúncias e afirmou que, se foram confirmadas, vai abrir processo disciplinar que poderá levar à expulsão do parlamentar da legenda. Também em nota, a defesa de Cássio classificou as denúncias como "frágeis", disse que o vereador ainda não teve a oportunidade de dar sua versão à polícia e que sua inocência será provada (veja o texto na íntegra no final da reportagem). Advogado do parlamentar, Jonas Tadeu Parisotto também afirmou que tem conhecimento "de grupos que têm interesse político nessa questão". ARQUIVO: vereador Cássio Fala Pira é preso por crimes sexuais em Piracicaba Defesa diz que 'prisão é ilegal' Quando ocorreu a prisão temporária, os advogados do vereador Cássio Fala Pira a consideraram ilegal. "Ocorre abuso de autoridade e constrangimento ilegal com nosso cliente. Vamos tomar as providências cabíveis. No nosso entendimento, a prisão temporária dele deveria ter sido de cinco dias e, excepcionalmente, prorrogada por mais cinco dias", disse o advogado Jonas Parisotto. Segundo a defesa, o vereador está tranquilo em relação às acusações. "As acusações não procedem. Ele se diz inocente. Nós acreditamos porque já olhamos todos os depoimentos e não há nada contundente, que diga que ele cometeu qualquer abuso contra qualquer pessoa lá [nos registros] relacionada. Vereador de Piracicaba se pronuncia sobre denúncias de crimes sexuais 'Efeito manada', diz advogado Outro advogado de defesa do vereador, Osmir Bertazzoni argumentou que as supostas denúncias seguiram o que chamou de "efeito manada". "Uma [mulher] foi e fez a denúncia. A denúncia é infundada, até porque nós temos provas de que ela não estava sozinha com o Cássio. O sistema de segurança da Câmara mostra que ela mentiu. Atrás dela, fizeram grupos nas redes sociais para as pessoas denunciarem. Por uma série de motivos, um cargo prometido, algo que prometeu fazer e não conseguiu, as pessoas acabam lançando esses ataques. As pessoas estão mentindo. Isso será provado nos autos do processo", declarou. Vereador Cássio Fala Pira é acompanhado por policial após prisão Reprodução/ EPTV A seguir, veja nota da defesa de Cássio Fala Pira na íntegra: "A defesa técnica e constituída pelo Vereador Cássio Luiz Barbosa, vem, por meio desta nota, esclarecer, publicamente, os fatos relacionados às acusações dirigidas a ele, às quais não correspondem à verdade. Os relatos apresentados por supostas 'vítimas', carecem de verossimilhança e não encontram respaldo nas frágeis acusações produzidas em redes sociais que se consubstanciam, em cancelamento e linchamento virtuais, violando a honra e a imagem do vereador, do cidadão e do pai Cássio Luiz Barbosa. Releva notar, que a autoridade policial que preside o inquérito na Delegacia de Defesa da Mulher e que redundou na precoce representação de prisão temporária junto ao Poder Judiciário, sequer teve o cuidado e a prudência de convocar o Vereador Cássio, para dar-lhe a oportunidade de esclarecer os supostos fatos e acusações vindo, em maioria, de usuários da internet, que se colocam como juízes e, ao mesmo tempo, se enxergam como carrascos, promovendo o linchamento virtual, tendo em vista que o espaço virtual lhes dá esse poder, sem que nenhuma penalidade lhes sejam impostas. Ressalta-se que o Vereador Cássio Luiz Barbosa, assim como qualquer cidadão brasileiro, possui o direito constitucional à presunção de inocência, à ampla defesa e ao contraditório e do devido processo legal, diante do princípio da dignidade da pessoa humana. A prisão, ainda que temporária, no entendimento da Defesa, é medida excepcional, diante do princípio da dignidade da pessoa humana, de qualquer forma, reitera, nesta oportunidade, a sua confiança na Justiça e reafirma que, ao final do processo, sua inocência será comprovada". Vereador preso é investigado por posse de imagens de abuso infantil Cássio Fala Pira acompanha polícia durante cumprimento de mandados de busca Reprodução/ EPTV Veja mais notícias no g1 Piracicaba

FONTE: https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2025/12/03/vereador-preso-abusava-de-mulheres-extremamente-vulneraveis-em-troca-de-cesta-basica-diz-delegada.ghtml


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