MP apura conduta da Guarda em manifestação que acabou com presos e feridos em Campo Grande
02/12/2025
(Foto: Reprodução) Manifestantes são presos e agredidos em ato no Centro de Campo Grande
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) abriu um procedimento para investigar a atuação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) durante a confusão registrada no último sábado (29), na rua 14 de Julho, em Campo Grande. A determinação é do promotor Douglas Oldegardo, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gaeco-Pol).
A manifestação, organizada por grupos de mães atípicas e motoentregadores, ocorreu durante a abertura da programação de Natal da capital, o “Natal dos Sonhos”, promovido pela prefeitura. A chegada do grupo ao local terminou em empurrões, pessoas feridas e prisões (veja vídeo acima).
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Em nota, o Ministério Público informou que o procedimento está em fase inicial e que os esclarecimentos públicos serão prestados em momento oportuno. O órgão destacou ainda que acompanha o caso dentro de suas atribuições constitucionais, que incluem o controle externo da atividade policial.
O objetivo é apurar se houve excessos por parte dos agentes públicos durante a contenção dos manifestantes e na abordagem que resultou nas prisões.
Boletim de ocorrência
Imagens enviadas ao g1 mostram uma mulher sendo empurrada e um homem detido por guardas da GCM. Elisângela Silva de Souza, 43 anos, que aparece sendo derrubada no vídeo, registrou boletim de ocorrência. Mãe atípica, ela relatou escoriações e dores decorrentes da queda.
“A pior lesão é não poder pegar meu filho. Eu sou a mãe atípica que foi jogada no chão”, afirmou.
Um dos organizadores do ato, o professor Washington Alves Pagane, 35, também foi detido. Ele afirma que o secretário municipal de Segurança Pública acompanhava a ação e teria ordenado sua prisão após identificá-lo como organizador do protesto.
Segundo Pagane, guardas avançaram contra manifestantes que gravavam a abordagem, tomaram celulares e deram voz de prisão a quem tentava filmar. Ele diz ter ficado três horas algemado em uma barra de ferro antes de ser apresentado à Polícia Civil.
Dois homens foram presos durante o ato, que reuniu cerca de 40 pessoas, e liberados no dia seguinte.
Prefeitura afirma que reforçou segurança
A prefeitura de Campo Grande informou que reforçou a segurança devido ao grande fluxo de famílias e crianças no evento. Sobre a ação da GCM, disse que os manifestantes tentaram interromper a programação e foram orientados a se afastar.
Segundo a administração municipal, houve desacato e um canivete foi apreendido com um dos detidos.
Protesto na região central de Campo Grande.
Reprodução
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