'Tive que recomeçar', relata tutora que teve parte do lábio arrancado por cachorro em RO
07/12/2025
(Foto: Reprodução) 'Tive que recomeçar', relata tutora que teve parte do lábio arrancado por cachorro em RO
A história de Natani Santos, a mulher que teve parte do lábio arrancado pelo próprio cachorro da raça chow-chow, em Ji-Paraná (RO), foi uma das mais vistas no g1 Rondônia em 2025. O episódio marcou sua vida e trouxe mudanças significativas.
"Eu tive que recomeçar. Voltei para o Acre e aqui eu voltei a fazer uma das coisas que eu mais amo na vida: dançar. Voltei a treinar, afinal faz muito bem para a minha cabecinha, ela estava uma bagunça. Retomei alguns projetos que estavam parados, voltei a cantar e agora canto em alguns eventos particulares", comentou em seu primeiro pronunciamento após o acidente.
➡ Histórias curiosas, personagens inesquecíveis e casos virais. Neste mês de dezembro, o g1 RO reconta reportagens que foram ao longo de 2025.
O ataque aconteceu em 5 de maio de 2025, na casa onde Natani morava. O cão envolvido era Jacke, adotado ainda filhote e companheiro da tutora por cinco anos.
No dia do acidente, Natani estava perto de Jacke quando o cachorro rosnou e, em seguida, avançou de forma rápida e inesperada. Ferida, ela correu ao hospital, recebeu atendimento e teve alta no mesmo dia, mas o lábio superior já estava bastante comprometido.
O caso chamou a atenção do Projeto Leozinho, em Santa Catarina, que oferece procedimentos gratuitos de reconstrução facial. Natani viajou ao estado e já realizou duas etapas de reconstrução do lábio e preenchimento. Agora, aguarda a terceira e última cirurgia.
Repercussão
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais, especialmente após a decisão de eutanásia do cachorro. A situação gerou intensa discussão e mobilizou internautas, que passaram a acompanhar de perto os desdobramentos.
Logo depois do ataque, Tiago Pinto, marido de Natani, levou o animal ao Centro de Zoonoses de Ji-Paraná, preocupado com a segurança dos filhos. Lá, o tutor assinou uma autorização para a eutanásia, caso fosse necessário.
Segundo a Secretaria Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal de Ji-Paraná, o cão passou cinco dias em observação e apresentava “agressividade extrema". Foram descartadas raiva e outras doenças. Mesmo assim, o cachorro foi sacrificado.
Segundo Tiago, depois da morte do cão, os dois começaram a receber ataques e ameaças na internet.
Consequências
Depois do episódio, Natani não conseguiu permanecer na casa onde morava, pois sentia que estar lá era como reviver toda a situação. Por isso, decidiu voltar para Rio Branco (AC), onde nasceu.
Atualmente, Natani busca reconstruir a rotina e a própria confiança. Entre consultas psicológicas e o apoio da família, retomou atividades que havia deixado de lado. Em suas redes sociais, costuma compartilhar momentos da sua vida que, segundo ela, têm sido fundamentais para recuperar o bem-estar emocional.
No início, evitava falar sobre o que aconteceu. Publicava pouco, apagou todos os vídeos relacionados ao acidente e até os registros do pronunciamento do marido, numa tentativa de deixar tudo para trás. Com o tempo, percebeu que o episódio também trouxe aprendizados.
“Eu só queria esquecer, até entender que esquecer é impossível; o negócio é aprender a lidar. Afinal, aconteceu, né!? Foi traumatizante, porém aprendi muito. Vi quem realmente está ao meu lado, aprendi que não sou fraca e que tenho uma força que nem eu sabia que tinha”, afirmou Natani.
Natani Santos (à esquerda) depois da mordida do seu cachorro Jacke, de 5 anos (à direita), que não vive mais com ela
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